domingo, 1 de novembro de 2009

Beautiful Boy

Hoje eu terminei de ler a biografia mais recente de John Lennon (por Philip Norman).
Parei de ler em alguns momentos anteriores, confesso, decepcionada com algumas atitudes do líder dos Beatles. Atitudes essas que prefiro nem comentar no momento, talvez por não caber a mim tal julgamento. Afinal, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.
Entretanto, o que mais me surpreendeu nesse fim de leitura (talvez porque é como o livro termina) foi o depoimento de Sean Lennon (fruto do romance com a nipônica). Sou fraquíssima pra choro, me emociono com comerciais, seriados, filmes, cenas, conversas, histórias contadas e afins. Por isso, o fim do livro foi só chororô, lágrimas molhando o tapete e cenas imaginárias na minha cabeça. Morrer por tiros deve ser muito doloroso, uma coisa demorada acho. Ainda mais morrer chegando em casa na ânsia de desejar boa noite e bons sonhos ao filho tão amado. Deve dar raiva também. A impotência deve falar alto. Porque impotência se encaixa muito bem com essas coisas de arma e tal.
Mas nem queria ressaltar essa coisa do assassinato de John. Queria mesmo era escrever um trecho do depoimento de Sean, que diz:

"Num nível espiritual, não enriquece minha vida dar entrevistas, participar de homenagens e de museus, e ver divulgado na mídia o que vivenciei com o meu pai. Não leio livros sobre ele, não preciso ver filmes ou espetáculos sobre a sua vida. Não preciso provar ao mundo que ele fez todas aquelas coisas. E não acho que ele ficaria aborrecido ao saber que herdei esse seu traço rebelde. Tenho músicas e as lembranças e isso é precioso para mim. Eu o guardo no coração."

Faz muito sentido. Ainda mais por tudo que John representou na vida dele, não apenas por ser o pai, mas por ser aquele que mais era presente na vida de Sean. Um pai 24 horas por dia. O responsável por suas refeições, boas ou maus dormidas, tudo. Deve ser doloroso até hoje a ausência de John na vida dele. Em ocasiões em que o pai não é tão onipresente, parte deixando uma dor inacabável, imagina pai assim.

Enfim, Beautiful Boy é uma música muito bonita (feita para Sean), emocionante depois de ler o livro e entender o relacionamento sólido e de muito amor entre pai e filho.

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