sábado, 14 de novembro de 2009
Bajo las estrellas.
Sem dúvida uma boa dica pra qualquer fim de semana disponível.
A trilha sonora é sensacional.
A fotografia é linda.
A história é bonita.
O humor é onipresente.
As expressões/gírias são peculiares.
E, se isso tudo não convencer, o ator principal é - no mínimo - lindo, charmoso e sexy.
fik dik.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Samsara?(!)
Todos os dias o ciclo se repete, às vezes com mais rapidez, outras mais lentamente. E eu me pergunto se viver não será essa espécie de ciranda de sentimentos que se sucedem e se sucedem e deixam sempre sede no fim.
- Caio F.
- Caio F.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Segunda-feira
Deve haver alguma explicação científica para esse abuso-preguiça-mauhumor-irritação-ócio-estressesemmotivo da segunda-feira. Não sei se é devido ao domingo (que geralmente vem acompanhado de muito tédio (praqueles que não dispõem de uma boa tv a cabo ou de dinheiro suficiente para viajar e fazer programas mais alternativos - como ir até outra cidade e ver o que tá rolando por lá) causado pelo descanso em demasia que oferece esse primeiro dia da semana). Mas se o domingo é o primeiro dia da semana - e geralmente eu fico meio down nesse primeiro dia - o segundo dia, que é a segunda-feira, deveria ser tranks, com muito bom-humor, animação, pensamento positivo, alto-astral. Mas todas as segundas-feiras desses meus 22 anos (tá bom, até os meus 3 anos eu não sabia bem o que era tédio) significam pra mim muuuito abuso e tédio. Ou talvez eu não tenha a síndrome de Pollyanna e, portanto, seja bem ranzinza mesmo. Ah, pode ser a idade também. Com o tempo fui ficando mais chata. Nem quero saber como serei aos 50. Mas se eu tiver muito dinheiro posso usufruir dos deleites alternativos do domingo e voltar bastante relaxada para ter uma segunda-feira maravilhosa.
Enquanto isso: ah, tédio!
Enquanto isso: ah, tédio!
sábado, 7 de novembro de 2009
Mãe, eu quero uma moto.
Hoje eu entedi o porquê de se ter uma moto nessa cidade grande e cheia de carros. Durante O trânsito infernal na BR (devido ao protesto dos fervorosos detranenses), os únicos não prejudicados foram os inteligentes motoqueiros, que desviavam por-todos-os-lados a fim de chegar à tempo em seu destino final. Acho até que os espertos e bem sucedidos motoqueiros passavam zombando de mim, porque eu bem que percebi aquele sorrisinho no canto da boca, sabe? Aquele sorriso malicioso e de deboche. Tá bom, eu confesso que no lugar deles também estaria com esse sorriso no canto da boca. Porque as pessoas dentro dos ônibus (e nisso eu me incluo) e dos carros mostravam-se desesperadamente irritadas com toda aquela lentidão no andamento do tráfego (e nisso eu também me incluo). E o calor? Não, quem ontem não acreditava em aquecimento global deve ter acabado o dia pensando nas suas metas de redução de emissão de carbono porque, meu amigo, dentro do ônibus, naquele sol entre 10h-12h30, estava no mínimo 35 graus (eu disse, no mínimo!). E a pessoa aqui, pensando "Ah, vou no meu assento preferido, mesmo que seja no lado do sol...só vai durar pouco tempo mesmo...o caminho da várzea é um pouco mais longo pra chegar na Universidade e o trânsito é na BR, inclusive eu tô com meu mp4, posso ir ouvindo uma musquinha (Alceu na década de 70)...vai ser tranquilex..." PUTAQUEOPARIU, vai ter pensamento positivo assim lá no Butão! Era só eu ter raciocinado um pouco...porque TODOS os carros desviaram e foram pelo caminho do Barro-Várzea. :~~~~~~~~ Fiquei duas horas e trinta minutos no lado do sooool, torrando, suando, suando e suando litros, sem me concentrar nas músicas (mentira, me concentrei em "Talismã", a primeira versão, lindamente cantada por Alceu e Geraldo). A bateria do mp4 acabou, subiram dois velhinhos, ofereci meu lugar, suei em pé, eles não pediram para segurar meus livros, cada curva era uma emoção diferente, até que (graças a Jeová-Rei) cheguei na Universidade. Corri para a biblioteca pra tomar um arzinho gelado, pensando em me mudar pra várzea.
Conclusão do dia: Mãe, eu quero uma moto.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Greenpeace
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Para uma avenca partindo.
Olha, antes do ônibus partir eu tenho uma porção de coisas pra te dizer, dessas coisas assim que não se dizem costumeiramente, sabe, dessas coisas tão difíceis de serem ditas que geralmente ficam caladas, porque nunca se sabe nem como serão ditas nem como serão ouvidas, compreende? Olha, falta muito pouco tempo, e se eu não te disser agora talvez não diga nunca mais, porque tanto eu como você sentiremos uma falta enorme dessas coisas, e se elas não chegarem a ser ditas nem eu nem você nos sentiremos satisfeitos com tudo que existimos, porque elas não foram existidas completamente, entende, porque as vivemos apenas naquela dimensão em que é permitido viver, não, não é isso que eu quero dizer, não existe uma dimensão permitida e uma outra proibida, indevassável, não me entenda mal, mas é que a gente tem tanto medo de penetrar naquilo que não sabe se terá coragem de viver, no mais fundo, eu quero dizer, é isso mesmo, você está acompanhando meu raciocínio? Falava do mais fundo, desse que existe em você, em mim, em todos esses outros com suas malas, suas bolsas, suas maçãs, não, não sei porque todo mundo compra maçãs antes de viajar, nunca tinha pensado nisso, por favor, não me interrompa, realmente não sei, existem coisas que a gente ainda não pensou, que a gente talvez nunca pense, eu, por exemplo, nunca pensei que houvesse alguma coisa a dizer além de tudo o que já foi dito, ou melhor pensei sim, não, pensar propriamente dito não, mas eu sabia, é verdade que eu sabia, que havia uma outra coisa atrás e além das nossas mãos dadas, dos nossos corpos nus, eu dentro de você, e mesmo atrás dos silêncios, aqueles silêncios saciados, quando a gente descobria alguma coisa pequena para observar, um fio de luz coado pela janela, um latido de cão no meio da noite, você sabe que eu não falaria dessas coisas se não tivesse a certeza de que você sentia o mesmo que eu a respeito dos fios de luz, dos latidos de cães, é, eu não falaria, uma vez eu disse que a nossa diferença fundamental é que você era capaz apenas de viveras superfícies, enquanto eu era capaz de ir ao mais fundo, você riu porque eu dizia que não era cantando desvairadamente até ficar rouca que você ia conseguir saber alguma coisa a respeito de si própria, mas sabe, você tinha razão em rir daquele jeito porque eu também não tinha me dado conta de que enquanto ia dizendo aquelas coisas eu também cantava desvairadamente até ficar rouco, o que eu quero dizer é que nós dois cantamos desvairadamente até agora sem nos darmos contas, é por isso que estou tão rouco assim, não, não é dessa coisa de garganta que falo, é de uma outra de dentro, entende? Por favor, não ria dessa maneira nem fique consultando o relógio o tempo todo, não é preciso, deixa eu te dizer antes que o ônibus parta que você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente, você não cresceria se eu a mantivesse presa num pequeno vaso, eu compreendi a tempo que você precisava de muito espaço, claro, claro que eu compro uma revista pra você, eu sei, é bom ler durante a viagem, embora eu prefira ficar olhando pela janela e pensando coisas, estas mesmas coisas que estou tentando dizer a você sem conseguir, por favor, me ajuda, senão vai ser muito tarde, daqui a pouco não vai mais ser possível, e se eu não disser tudo não poderei nem dizer e nem fazer mais nada, é preciso que a gente tente de todas as maneiras, é o que estou fazendo, sim, esta é minha última tentativa, olha, é bom você pegar sua passagem, porque você sempre perde tudo nessa sua bolsa, não sei como é que você consegue, é bom você ficar com ela na mão para evitar qualqueratraso, sim, é bom evitar os atrasos, mas agora escuta: eu queria te dizer uma porção de coisas, de uma porção de noites, ou tardes, ou manhãs, não importa a cor, é, a cor, o tempo é só uma questão de cor não é? Por isso não importa, eu queria era te dizer dessas vezes em que eu te deixava e depois saía sozinho, pensando também nas coisas que eu não ia te dizer, porque existem coisas terríveis, eu me perguntava se você era capaz de ouvir, sim, era preciso estar disponível para ouvi-las, disponível em relação a quê? Não sei, não me interrompa agora que estou quase conseguindo, disponível só, não é uma palavra bonita? Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? Dolorido-colorido, estou repetindo devagar para que você possa compreender, melhor, claro que eu dou um cigarro pra você, não, ainda não, faltam uns cinco minutos, eu sei que não devia fumar tanto, é eu sei que os meus dentes estão ficando escuros, e essa tosse intolerável, você acha mesmo a minha tosse intolerável? Eu estava dizendo, o que é mesmo que eu estava dizendo? Ah: sabe, entre duas pessoas essas coisas sempre devem ser ditas, o fato de você achar minha tosse intolerável, por exemplo, eu poderia me aprofundar nisso e concluir que você não gosta de mim o suficiente, porque se você gostasse, gostaria também da minha tosse, dos meus dentes escuros, mas não aprofundando não concluo nada, fico só querendo te dizer de como eu te esperava quando a gente marcava qualquer coisa, de como eu olhava o relógio e andava de lá pra cá sem pensar definidamente e nada, mas não, não é isso, eu ainda queria chegar mais perto daquilo que está lá no centro e que um diadestes eu descobri existindo, porque eu nem supunha que existisse, acho que foi o fato de você partir que me fez descobrir tantas coisas, espera um pouco, eu vou te dizer de todas as coisas, é por isso que estou falando, fecha a revista, por favor, olha, se você não prestar muita atenção você não vai conseguir entender nada, sei, sei, eu também gosto muito do Peter Fonda, mas isso agora não tem nenhuma importância, é fundamental que você escute todas as palavras, todas, e não fique tentando descobrir sentidos ocultos por trás do que estou dizendo, sim, eu reconheço que muitas vezes falei por metáforas, e que é chatíssimo falar por metáforas, pelo menos para quem ouve, e depois, você sabe, eu sempre tive essa preocupação idiota de dizer apenas coisas que não ferissem, está bem, eu espero aqui do lado da janela, é melhor mesmo você subir, continuamos conversando enquanto o ônibus não sai, espera, as maçãs ficam comigo, é muito importante, vou dizer tudo numa só frase, você vai ......... ............ ............. ............ .......... ........... ............. ............ ............ ............ ......... ........... ............ ............ sim, eu sei, eu vou escrever, não eu não vou escrever, mas é bom você botar um casaco, está esfriando tanto, depois, na estrada, olha, antes do ônibus partir eu quero te dizer uma porção de coisas, será que vai dar tempo? Escuta, não fecha a janela, está tudo definido aqui dentro, é só uma coisa, espera um pouco mais, depois você arruma as malas e as botas, fica tranqüila, esse velho não vai incomodar você, olha, eu ainda não disse tudo, e a culpa é única e exclusivamente sua, por que você fica sempre me interrompendo e me fazendo suspeitar que você não passa mesmo duma simples avenca? Eu preciso de muito silêncio e de muita concentração para dizer todas as coisas que eu tinha pra te dizer, olha, antes de você ir embora eu quero te dizer quê.
- Caio F.
- Caio F.
domingo, 1 de novembro de 2009
Beautiful Boy
Hoje eu terminei de ler a biografia mais recente de John Lennon (por Philip Norman).
Parei de ler em alguns momentos anteriores, confesso, decepcionada com algumas atitudes do líder dos Beatles. Atitudes essas que prefiro nem comentar no momento, talvez por não caber a mim tal julgamento. Afinal, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.
Entretanto, o que mais me surpreendeu nesse fim de leitura (talvez porque é como o livro termina) foi o depoimento de Sean Lennon (fruto do romance com a nipônica). Sou fraquíssima pra choro, me emociono com comerciais, seriados, filmes, cenas, conversas, histórias contadas e afins. Por isso, o fim do livro foi só chororô, lágrimas molhando o tapete e cenas imaginárias na minha cabeça. Morrer por tiros deve ser muito doloroso, uma coisa demorada acho. Ainda mais morrer chegando em casa na ânsia de desejar boa noite e bons sonhos ao filho tão amado. Deve dar raiva também. A impotência deve falar alto. Porque impotência se encaixa muito bem com essas coisas de arma e tal.
Mas nem queria ressaltar essa coisa do assassinato de John. Queria mesmo era escrever um trecho do depoimento de Sean, que diz:
"Num nível espiritual, não enriquece minha vida dar entrevistas, participar de homenagens e de museus, e ver divulgado na mídia o que vivenciei com o meu pai. Não leio livros sobre ele, não preciso ver filmes ou espetáculos sobre a sua vida. Não preciso provar ao mundo que ele fez todas aquelas coisas. E não acho que ele ficaria aborrecido ao saber que herdei esse seu traço rebelde. Tenho músicas e as lembranças e isso é precioso para mim. Eu o guardo no coração."
Faz muito sentido. Ainda mais por tudo que John representou na vida dele, não apenas por ser o pai, mas por ser aquele que mais era presente na vida de Sean. Um pai 24 horas por dia. O responsável por suas refeições, boas ou maus dormidas, tudo. Deve ser doloroso até hoje a ausência de John na vida dele. Em ocasiões em que o pai não é tão onipresente, parte deixando uma dor inacabável, imagina pai assim.
Enfim, Beautiful Boy é uma música muito bonita (feita para Sean), emocionante depois de ler o livro e entender o relacionamento sólido e de muito amor entre pai e filho.
Parei de ler em alguns momentos anteriores, confesso, decepcionada com algumas atitudes do líder dos Beatles. Atitudes essas que prefiro nem comentar no momento, talvez por não caber a mim tal julgamento. Afinal, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.
Entretanto, o que mais me surpreendeu nesse fim de leitura (talvez porque é como o livro termina) foi o depoimento de Sean Lennon (fruto do romance com a nipônica). Sou fraquíssima pra choro, me emociono com comerciais, seriados, filmes, cenas, conversas, histórias contadas e afins. Por isso, o fim do livro foi só chororô, lágrimas molhando o tapete e cenas imaginárias na minha cabeça. Morrer por tiros deve ser muito doloroso, uma coisa demorada acho. Ainda mais morrer chegando em casa na ânsia de desejar boa noite e bons sonhos ao filho tão amado. Deve dar raiva também. A impotência deve falar alto. Porque impotência se encaixa muito bem com essas coisas de arma e tal.
Mas nem queria ressaltar essa coisa do assassinato de John. Queria mesmo era escrever um trecho do depoimento de Sean, que diz:
"Num nível espiritual, não enriquece minha vida dar entrevistas, participar de homenagens e de museus, e ver divulgado na mídia o que vivenciei com o meu pai. Não leio livros sobre ele, não preciso ver filmes ou espetáculos sobre a sua vida. Não preciso provar ao mundo que ele fez todas aquelas coisas. E não acho que ele ficaria aborrecido ao saber que herdei esse seu traço rebelde. Tenho músicas e as lembranças e isso é precioso para mim. Eu o guardo no coração."
Faz muito sentido. Ainda mais por tudo que John representou na vida dele, não apenas por ser o pai, mas por ser aquele que mais era presente na vida de Sean. Um pai 24 horas por dia. O responsável por suas refeições, boas ou maus dormidas, tudo. Deve ser doloroso até hoje a ausência de John na vida dele. Em ocasiões em que o pai não é tão onipresente, parte deixando uma dor inacabável, imagina pai assim.
Enfim, Beautiful Boy é uma música muito bonita (feita para Sean), emocionante depois de ler o livro e entender o relacionamento sólido e de muito amor entre pai e filho.
Assinar:
Postagens (Atom)