sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

O futuro tem um coração antigo.











Há duas semanas venho pensando com mais intensidade (porque penso nisso esporadicamente) sobre apagar totalmente algumas pessoas da minha vida. Apagar tudo, tudo!...lembranças, cartas, conversas, fotos, tudo que me fizer lembrar essas pessoas – que nem em brilho eterno. É baseado no que essas lembranças representam hoje para mim que me vem à tona esse desejo de nunca mais ter essas pessoas no meu pensamento. Porque quando elas me vêem à mente, acompanhando as alegrias vêm as dores (fortíssimas e insuportáveis, diga-se de passagem). E, para mim, as dores pesam bem mais do que as alegrias. E é um sentimento tão devastador, tão fora de hora, tão anacrônico, que a minha impotência perante a ele é ridícula. Talvez chegue a ser patética porque minhas reações nessas situações surreais são impraticáveis por qualquer pessoa um pouco mais sã.

A solução mais prática e com 100% de sucesso no requisito “superação” é apagar completamente essas pessoas da minha lembrança. Porque, por mais que todos digam que com o tempo passa, que o tempo é isso, o tempo é aquilo, BLÁBLÁBLÁ. Isso só funciona praquelas pessoas que já superaram ou que são muito maduras nesse requisito. Desculpa, eu não sou. E apagando completamente a história vivida com a outra pessoa, fica tudo mais fácil e a dor passa a não existir. Nem a dor, nem os três segundos horripilantes antes da dor. Sim, existem uns 3 segundos de lag (acho que o neurônio levando a informação ao cérebro) antes de se sentir a pontada. E durante esses três segundos eu ainda tento lutar contra a informação produzida pelo meu sistema nervoso, desviando olhares, cantando, aumentando o volume da música, me fingindo de surda, mas não adianta! Ainda não consegui tapiar meus neurônios. E é na falta de habilidade de enrolar meus neurônios sensitivos/motores que me permito apagar essas pessoas da minha vida. Eu digo assim, se fosse possível, né? E apagaria sem nenhum remorso ou qualquer sentimento de culpa ou egoísmo. Porque há quem diga que se aprende com o sofrimento, que devemos tirar das coisas ruins uma lição de vida, mas convenhamos que conviver com essas dores é, no mínimo, sofredor. E já me basta o aquecimento global, a perda de biodiversidade em tooodos os continentes, o inaplicado direito dos animais e os problemas domésticos como sofrimento.

Enquanto alguns não sentem nada, me parece que os sentimentos em mim são e estão sempre à flor da pele. Os astros dizem que é a combinação do signo (áries) com o ascendente (câncer). Mau pra mim.

Um comentário:

  1. Meninaaaaaaa... tou pasmada com seus 3 segundos de lag!!! (tomara que eu não estaja nessa lista)

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